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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Anjos ou Demônios, os jesuítas ainda são convidados para os debates sobre Educação -Trabalho de História da Educação - continuação


Na crista da onda

Marta Caetetu

                                                                                        Anjos ou Demônios, os jesuítas ainda são convidados para os debates sobre Educação


Desde a criação da Companhia de Jesus, em 1534, o triplo aspecto (religião/política/educação) da ação jesuítica, desperta paixão e rejeição. No cenário educacional brasileiro não é diferente, nem poderia ser. Afinal, os jesuítas além de criarem os núcleos das nossas primeiras cidades, estabeleceram as bases de um sistema educacional promovendo o mundo das letras em detrimento da oralidade que presidia o sistema educacional dos nativos.
É amigo leitor, precisamos reverberar o fato de que uma maneira própria de organização do sistema educacional, já existia entre os nativos e o que os jesuítas efetivaram foi, fundamentalmente, a transformação das bases desse sistema. A língua (portuguesa em nosso caso) e a escrita foram as grandes inovações diante de diferentes culturas e de línguas variadas, cuja oralidade impunha-se como a alma dos diferentes povos.
Porém, não podemos desprezar que ao ponto em que chegamos o papel desempenhado pelos jesuítas, repercute na atualidade. Isto equivale a afirmar que reelaboramos a missão jesuítica, ou seja, passados mais de quatro séculos tornamo-nos “letrados”. Ainda que muitos conflitos e massacres façam parte do legado histórico herdado, de um lado, por outro, nós, hoje, (re) significamos os conflitos e massacres a partir da invisibilidade que produzimos acerca das culturas indígenas, do preconceito de marca que nubla o preconceito de cor, por exemplo.
Não se trata aqui de elevarmos os jesuítas à condição de anjos, tendo em vista a fé ou de demônios, em função do aspecto político.
       

          
Pretendemos provocar o amigo leitor e convidá-lo a debater aspectos relevantes para uma reflexão despida de preconceitos, visando à compreensão da estrutura educacional no Brasil, uma vez que se há pretensão de mudança, esta tem de ser balizada pela história.
A temática em questão é objeto de diferentes pesquisas, o que nos permite verificar novas fontes e perspectivas capazes de ir além da dicotomia paixão-rejeição, construindo um conjunto reflexivo e não apenas uma página de elementos selecionados para servir a um lado ou a outro.

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