via@Marta Caetetu

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Silêncio

         Nada sei sobre o que sentes.
       Sinto tuas quedas mas alegro-me porque sei que há tanta vida dentro de ti!
      Nada sei sobre o que sentes.
         No silêncio, procuro novos caminhos que cortem as montanhas que te parecem intransponíveis, para que eu possa, uma vez mais, ver-te chegar ao mar.
        Nada sei sobre o que sentes.
          Não é preciso que fales.
           Nada posso dizer-te!
Então, dou a ti o bem mais precioso:
O amor.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

T

Vi sua imagem refletida na memória e quis guardá-la a sete chaves.
A primeira, escapou por entre meus dedos.
A segunda, frágil,  quebrou-se.
A terceira, desgastada pelo tempo, foi inútil.
A quarta, de tanto que tentei, perdeu a forma.
A quinta, caída no fogo, derreteu.
A sexta, brilhante e resistente,  alguém me furtou.
A sétima, de tão pequena, guardei-a na boca...
E sentindo o medo chegar, beijei sua imagem e tranquei-a.

Modos?

            O Pretérito?
       Conta uma história.
            O Subjuntivo?
       Por vezes necessário, não me satisfaz.
            O Presente?
      Vai construindo a memória.
                            O Futuro?
          Reencontro com o Pretérito.

sábado, 5 de janeiro de 2019

     Não faço oposição.
     As conjunções adversativas, não faço gosto em usá-las.
     Sou vulcão, tempestade e fresca brisa.
     E meu caminho é presente divino,
Trilhado à margem de qualquer questão.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019


Tempo

Não sei se o tempo rola, roda, passa, chega...
Suas marcas estão na superfície e no mais secreto esconderijo.
O ofício de restaurador não pode apagá-las.
Vejo-as ao espelho; sinto-as nas ausências.
 
Continuo na contramão,
Feliz na minha solidão,
Porque tenho o abraço que quero, quando quero e porque quero.
     Na ausência da sua voz havia tanta acidez que meu corpo adoeceu.
     Foi como se tivera bebido tantas e tantas taças de vinho barato, que meu riso desapareceu.