via@Marta Caetetu

sábado, 29 de dezembro de 2018

Inquietude

     A angústia instalou -se sem pedir licença.
     E como poderosa forasteira, impôs sua indesejável presença e assenhorou-se de todo o meu ser.
     Fumei demais, dormi de menos e vi na minha frente meu pior pesadelo.
     Era a dor da voz ausente...
     Era a dor, da dor presente.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

T

     Vi sua imagem refletida na memória e quis guardá-la a sete chaves.
     A primeira, escapou por entre meus dedos.
     A segunda, frágil,  quebrou-se.
     A terceira, desgastada pelo tempo, foi inútil.
     A quarta, de tanto que tentei, perdeu a forma.
     A quinta, caída no fogo, derreteu-se.
     A sexta, brilhante e resistente,  alguém furtou-me.
    A sétima, de tão pequena, guardei-a na boca e sentindo o medo chegar, beijei sua imagem e tranquei-a.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Livraria Leitura
Um ótimo papo com Luís Erlanger, autor de Cinza, Carvão,  Fumaça e quatro pedras de gelo 

20/12/2018

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

T

Você me deixou...
Não me avisou.
Você me deixou...
Não sei aonde vou.
Você me deixou...
No instante escuro, você viajou.
Você me deixou...
E a tristeza chegou.
Você me deixou.
Mas, a memória diz, você me amou.
                                  Marta Caetetu 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Imaginação

      Joguei minhas lembranças ao vento
      E elas voltaram preenchendo as lacunas da minha imaginação.
      Parei...
      Reinventei.
      Agora, só existe você:
      No início, no meio e no fim.
                                    Marta Caetetu 

Solidão

Continuo na contramão,
Feliz na minha solidão,
Porque tenho o abraço que quero, quando quero e porque quero.
                            Marta Caetetu 

Relax


Não faço oposição.
As conjunções adversativas, não faço gosto em usá-las.
Sou vulcão, tempestade e fresca brisa.
E meu caminho é presente divino,
Trilhado à margem de qualquer questão.

Errata

       Não sei escrever o que sinto,
porque as palavras vagam em minha mente, em trajes esvoaçantes de cor azul, que me penetra e dilacera.
                 No meu mundo, azul só rima com dor.
       Então, pego tinta e pincel e desenho letras soltas no papel.
       A dor fica escondida; não mais me machuca.
       Vou escrevendo o que sinto, sem parar nas  curvas.
       Talvez me perca, talvez me encontre.
        O que importa, é saber que sinto o que sinto e não sei escrever.
                                      Marta Caetetu 

domingo, 16 de dezembro de 2018

Seu Corpo

     Um continente guarda riquezas tão profundas, que nem mesmo o tempo é capaz de alcançar.
     Sua superfície tem marcas de tempestades, ventos e raios, que rasgam o ar.
     Suas formas redesenhadas, detalhadamente, são novos caminhos que levam ao mar.
     Quanto à vegetação, esta permanece exuberante, porque se alimenta das riquezas profundas, que nem mesmo o tempo é capaz de alcançar.
                           Marta Caetetu 

sábado, 15 de dezembro de 2018

Amar


Durante muito tempo,
acreditei que amar fosse dominar, dilacerar.
Durante muito tempo,
acreditei que amar  fosse uma vírgula,  uma interrogação ou um ponto final.
Agora eu sei que amar, é simplesmente amar.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Viver

     Na minha terra, construí muralhas contra qualquer invasão.
     Na minha terra, não há barreiras para quem souber plantar, cuidar e, quem sabe, colher os frutos.
     Da minha terra, abro mão do titulo de propriedade em favor de quem souber plantar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Três Letras

Era uma ciranda, uma voz, uma canção.
De menina ou de mulher? Não importa.
De ontem ou de hoje? Não importa.
De amor ou de dor? Não importa.
De mar ou de poesia? Não importa.
De sol ou de chuva? Não importa.
De noite ou de dia? Não importa.
De calor ou de frio? Não importa.
De entrar ou de sair? Não importa.
De Ter ou de Ser? Isso importa!
                                        Marta Caetetu 

Mergulho da alma

Enquanto olho, não o vejo.
Dentro de mim nasce um desejo e
Uma nota fria arrepia minh'alma.
Agora, já não posso mais recuar e
Rapidamente, fixo o olhar.
Do imenso vazio ele surge e eu,
Olho e vejo o meu mar.
                              Marta Caetetu 

Vazio

O rio que secou, tudo levou.
As plantas, peixes...
O rio que secou, tudo levou.
A tristeza e a lágrima, que não  voltou.
O rio que secou, tudo levou.
O ontem, o hoje e o futuro que não chegou.
                       Marta Caetetu 

Declaração de Lucidez

Em nome da amizade, da sensatez, do querer bem, da passagem implacável do tempo...

Demito-me do direito de ter você como Senhor dos meus afetos.
Demito-me do direito de desejar você.
Demito-me do direito de querer ouvir a sua voz.
Demito-me do direito de ser afetada por você.
Demito-me do direito de sonhar com você.
Demito-me do direito de sentir o tempo passar e não poder abraçar você.
Demito-me do direito de querer você.
Demito-me do direito de pensar no que apenas parece ser.
Demito-me, enfim, do direito de amar você.
                              (Mactu Athram)
"M" ou "m"?

     Feminina, menina, mulher.
     Difícil equilíbrio porém,  necessário.
     Não sei se amo a menina em vez da mulher, ainda que eu saiba que uma está na outra.
     Se escolho "m", o "M" acompanha de modo discreto, fazendo as vezes de observadora.
     Quando os lugares se invertem, "m" sapequeia, grita para dar palpites ou amenizar momentos de alta tensão.
     O importante é que elas se complementem,  se harmonizem por meio das necessidades distintas, que simbolizam a própria natureza.
Então,  não há o que escolher.
É preciso aprender a viver.
                               Marta Caetetu 

Rabiscos Meus

Cartografia

     Minha alma é minha nobre companheira.
     Abriga minhas tristezas em seus oceanos e recolhe minhas lágrimas na hora derradeira.
     Minha alma é minha nobre companheira.
     É senhora de vasto território com regiões já tocadas,  obscuras e tantas outras desconhecidas.
     Reina, de modo absoluto,  sobre a emoção quebrada e a torna inteira.
     Minha alma... é minha nobre companheira.
                                                    MC

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Ciranda

Era uma ciranda, uma voz, uma canção.
De menina ou de mulher? Não importa.
De ontem ou de hoje? Não importa.
De amor ou de dor? Não importa.
De mar ou de poesia? Não importa.
De sol ou de chuva? Não importa.
De noite ou de dia? Não importa.
De calor ou de frio? Não importa.
De entrar ou de sair? Não importa.
De Ter ou de Ser? Isso importa.
       (Marta Caetetu)

O Mar e Você

Enquanto olho, não o vejo.
Dentro de mim nasce um desejo e
Uma nota fria arrepia minh'alma.
Agora, já não posso mais recuar e
Rapidamente, fixo o olhar.
Do imenso vazio ele surge e eu,
Olho e vejo o meu mar.
       (Marta Caetetu)

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Ao espelho

Não queria ter trabalhado menos, mas queria ter espiado o mundo muito mais.
Não queria ter lido menos, mas queria ter rabiscado até o lápis não responder, desaparecer.
Não queria ter imaginado menos, mas queria ter realizado sem medo.
Não queria ter amado menos, mas queria ter observado mais.
Não queria ter chorado menos, mas queria ter atravessado mais rapidamente.
Não queria ter pensado menos, mas queria ter dito tantas coisas...

(Marta Caetetu)

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Divagando

Todo discurso é uma máscara, 
         que representa a construção de diferentes                            personagens.
Quando o imaginário desfaz-se 
e o personagem escapa, 
é o momento de ser quem realmente somos.

Declaração de Lucidez

Em nome da amizade, da sensatez,do querer bem, da passagem implacável do tempo...
Demito-me do direito de ter você como Senhor dos meus afetos.
Demito-me do direito de desejar você.
Demito-me do direito de querer ouvir a sua voz.
Demito-me do direito de ser afetada por você.
Demito-me do direito de sonhar com você.
Demito-me do direito de sentir o tempo passar e não poder abraçar você.
Demito-me do direito de querer você.
Demito-me do direito de pensar no que apenas parece ser.
Demito-me, enfim, do direito de amar você.
(Mactu Athram)