Enviado por Marta Caetetu - 23/04/2010 18h 30
sexta-feira, 19 de março de 2010
Depoimento - Thini-á e seu trabalho no Rio de Janeiro
"Conforme os costumes da etnia Fulni-ô, no momento do nascimento, a mãe índia dá nome à criança segundo os acontecimentos a sua volta. Uma certa noite, nasceu um indiozinho, e sua mãe, Thassi, olhou para o céu e viu que as estrelas eram muitas e, por isso, chamou-o de Thini-á, que significa “estrela”.
Thini-á nasceu às margens do Rio Ipanema, um afluente do Rio São Francisco, nas terras dos Fulni-ô, Estado de Pernambuco. Fulni-ô significa “a gente que mora junto ao rio”. São falantes da língua Yathê, tronco macro-Gê. Desde pequeno, foi um índio muito irrequieto e resistente às descaracterizações culturais e invasões que sua tribo sofreu. Por isso, com o intuito de ajudar o seu povo, deslocou-se para Garanhuns (em Pernambuco), para aprender a língua portuguesa e estudar. Depois de terminar o primeiro grau, voltou para a nação Fulni-ô. Com os conhecimentos que o estudo lhe proporcionou, foi para Brasília acompanhar de perto as ações da FUNAI e do Ministério da Justiça em relação à política de demarcações de terras. Desejoso de mais conhecimento para melhor ajudar seu povo, retomou os estudos, completando o segundo grau.
Hoje, aos 39 anos, mora no Rio de Janeiro, onde em escolas e centros culturais desenvolve projetos de valorização do conhecimento da cultura Fulni-ô e da língua Yathê. Anualmente, participa do ritual Ouricuri, local e momentos sagrados, quando os Fulni-ô reafirmam suas crenças ancestrais. Esse ritual tem a duração de 90 dias. Nele, os Fulni-ô “voltam no tempo” em ato de resistência cultural. "e-mail de contato: tfulnio@gmail.com
Fonte: Museu do Índio
Nenhum comentário:
Postar um comentário