Afinal... Como conversar com um fascista?
Elisa Marconi e Francisco Bicudo
Autora
de um número respeitável de livros – que tratam de meios de comunicação
ao consumo de drogas, passando por discussões sobre ética e sobre o
corpo –, a filósofa Marcia Tiburi tem vivido uma experiência inédita
depois da publicação de sua obra mais recente. Como conversar com um fascista, livro
lançado no final do ano passado pela editora Record, tem ajudado a
alimentar os espíritos inquietos daqueles que estão inconformados com o
autoritarismo que contamina nosso tecido social; simultaneamente, o
livro também tem sido o disparador de reações violentíssimas contra a
autora. “Sim, tem aparecido gente muito violenta, a me afrontar e
ofender. Não é só comigo. Outros escritores também têm sofrido isso.
Talvez seja a prova mesmo de que os fascistas do cotidiano estão aí,
agindo”, ensina a filósofa.
Em Como conversar com um fascista, Marcia
Tiburi procura traçar o perfil dos fascistas que desfilam pelas ruas e
pelas redes sociais atualmente e convida – quase que de forma
irresistível – àqueles que não querem compactuar com essa forma sectária
de tratar e destratar o outro (qualquer que seja esse outro diverso) a
partir para a disputa de ideias e projetos. Para ela, essa resistência
se dá construindo estofo teórico e encarando o embate com os obtusos,
porque essa seria a única forma “de não ser engolido, de não fazer coro,
de impedir que o fascismo se consagre como única opção”.
A reportagem da Revista Giz conversou
com a filósofa no último final de semana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário